sábado, 10 de outubro de 2009

A história de uma grande mulher nos cinemas

Recentemente, o conhecido diretor espanhol de cinema Alejandro Amenabar ("Mar adentro", 2004) dedicou um filme "Ágora" à vida de Hipátia, que é representada pela bela e talentosa atriz Rachel Weiz. Amebar declarou que o seu filme pode ser interpretado como uma espécie de reflexão sobre os fundamentalismos religiosos de todos os tempos.
Hipátia
nasceu em Alexandria por volta do ano 370 DC. Aperfeiçoou os seus estudos em Atenas e, de volta para sua cidade natal, tornou-se professora de matemática e filosofia. Era considerada uma palestrante carismática e suas aulas foram muito concorridas. Escreveu comentários à obras clássicas de matemáticos gregos. Manteve-se solteira e declarava-se "casada com a verdade".
O conjunto da sua obra é tido como de relevo, e a sua morte, ocorrida em 415, foi trágica. Foi o último dos grandes nomes intelectuais que trabalhou na Biblioteca de Alexandria. Tornou-se a primeira mulher que a história registra como dedicada à matemática. Hipátia de Alexandria nasceu em um lar de sólida tradição intelectual. Seu pai Têon, conhecido matemático, filósofo e astrônomo, escreveu em 11 livros um comentário sobre o célebre tratado "Almagesto" de Ptolomeu, e realizou uma revisão dos "Elementos" de Euclides, de onde são baseadas as edições mais modernas da obra do conhecido matemático grego.
A maior parte da obra escrita por Hipátia foi perdida, mas no século XV foi encontrada na Biblioteca do Vaticano uma cópia do seu comentário sobre a obra do matemático grego Diofanto. Devido a sua ambientação cultural e a influência da educação recebida do seu pai, é certo que Hipátia conheceu e estudou a obra do astrônomo Ptolomeu. A partir das cartas escritas por Sirenius, um dos seus alunos, sabemos hoje que Hipátia gastou bastante tempo da sua atividade cultural desenvolvendo astrolábios, instrumentos mecânicos utilizados para cálculos astronômicos e localização de astros no céu.
Na filosofia, Hipátia abraçou a causa da escola neoplatônica, que na sua época em Alexandria atuava em oposição aos grupos cristãos, mais fervoroso e atuante. Ao longo do tempo, o cristianismo, por assim dizer, dominou e até mesmo assimilou o que lhe interessava do neoplatonismo, na época considerada uma filosofia pagã; isto aconteceu não somente em Alexandria como em todo o mundo romano.
Disputas religiosas e conflitos entre lideranças de Alexandria, apoiados por correntes religiosas, atraíram a ira de devotos inflamados cristãos contra a "herege" Hipátia. A matemática e filósofa era considerada a face visível do neoplatonismo na cidade. Existem várias versões sobre o seu trágico final, todas coerentes entre si, sendo a mais difundida é a variante registrada por Edward Gibbon, no seu conhecido livro "O declínio e a queda do império romano". Nesta versão, em uma manhã da quaresma de 415, Hipátia foi atacada na rua, quando voltava para sua casa em sua carruagem. A multidão enfurecida arrancou-lhe os cabelos e a roupa, esfolou a sua pele com carapaças de ostras, arrancaram-lhe os seus braços e pernas, e queimaram o que restou do seu corpo. Atitude de um verdadeiro furor bárbaro.
O impacto dramático da morte de Hipátia fez com que o ano do seu ocorrido fosse tomado por alguns historiadores como o marco do fim do período antigo da matemática grega. Para outros, este fecho só ocorrerá mais de cem anos depois, com a morte de Boécio (425), também de uma maneira trágica. Entretanto, a morte de Hipátia de um certo ponto de vista sinaliza o fim de Alexandria como importante centro de estudos da matemática grega antiga.
Intelectuais de Voltaire a Carl Sagan, passando por Bertrand Russel dedicaram-lhe comentários de apreço e reconhecimento.
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Fonte:
http://www.brasilwiki.com.br/noticia.php?id_noticia=11180

4 comentários:

  1. Ola! Obrigada pela visita e por fazer parte dos meus amigos. Seu espaço é cheio de energias positivas.

    Um abraço

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  2. Oi Ka,

    Seu blog está lindo e com um conteúdo incrível! Não é a toa que está recebendo tantas indicações. Tb. vou indicá-lo no meu blog e no site. Vc. é uma pessoa muito especial, com uma sensibilidade incrível e capaz de transmitir muito conhecimento a quem está a sua volta. Parabéns.
    Adorei a história de Hipátia e gostaria muito de ver o filme.
    Bjs,
    Camila Colaneri

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  3. Hipátia é maravilhosa! Preciso ver esse filme urgente! rs

    Beijos,
    Ana.

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