sábado, 13 de setembro de 2008

Sophia - a natureza feminina de Deus


"Eu sou a força suprema e ardente que emite todas as centelhas da vida. A morte não faz parte de mim, embora eu a aceite, e em conseqüência sou provida de sabedoria bem como de asas. Sou aquela essência viva e ardente da substância divina que jorra na beleza dos campos. Eu brilho na água, eu queimo no sol, na lua e nas estrelas. É minha aquela força misteriosa de vento invisível. Eu sustento a alento tudo que vive. Respiro no verde, e na flores, e quando as águas fluem como coisas vivas, sou eu. Ergo as colunas que sustentam toda a terra...
Sou a força que reside nos ventos, de mim eles se originam, e assim como um homem consegue mover-se porque respira, assim o fogo não queima a não ser com o ar por mim soprado. Tudo isto vive porque estou em tudo isto e sou a vida. Sou a sabedoria. É minha a emissão do verbo proferido através do qual todas as coisas foram feitas. Eu impregno todas as coisas para que não pereçam. Eu sou a vida."


Hildegard von Bingen (1098-1179)
Santa da Igreja Católica, de origem germânica, em uma de suas visões místicas sobre Sophia, a natureza feminina de Deus. Escreveu música e textos em honra da Virgem Maria em canto chão (gregoriano) e antífonas. Escreveu ainda dois livros de visões Liber vitae meritorum (1150-63) (“Livro dos merecimentos da Vida”) e Liber divinorum operum (1163) (“Livro das Obras Divinas”). Publicou ainda Physica e Causae et Curae (1150), sobre história natural e sobre os poderes curativos de vários objetos naturais.

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