domingo, 16 de março de 2008

Hoje eu despertei

"Hoje acordei, finalmente vejo que o Eu voltou ao Eu. O Eu nada é mais do que o Eu.
Sou imortal, sou infinito, estou livre. Os pássaros cantam lá fora e aqui estou eu. Olhar as folhas das árvores, esse olhar sou eu. O corpo respira, eu sou o respirar.
Estou desperto e sei que estou desperto. Ao ver com o antigo olhar, tudo está adormecido, tudo é jogo, ilusão. Mas agora estou desperto. Sou a jogada, sou o jogo, sou a ilusão.
Sou a iluminação por que ansiava, procurando por todo o lado. Nada está separado, nada está só. Sou tudo o que vejo. Tudo o que cheiro, provo, toco, sinto e sei.
Estou desperto, e este despertar é o mesmo do Buda. Hoje a folha volta à raiz.
Sou todo nome e forma e para lá do nome e da forma.
Sou Espírito, deixei de ser prisioneiro de um corpo.
Sou livre. Sou livre porque acordei. Que coisa comum. Quem haveria de pensar? Quem poderia adivinhar? Estou em casa. Cheguei mesmo a casa. Dez mil vidas. Dez mil vidas, mas hoje estou em casa. Isto não é uma experiência. Isto sou eu.
Despertei. Finalmente, despertei. Nada mudou, mas despertei. Provei a raiz muitas vezes e sentia...
Que delícia. Hoje tornei-me a raiz. Que coisa comum."


(Adyashanti)

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