domingo, 8 de agosto de 2010

Vasalisa, a sabida - Conto feminino

O conto abaixo é um resumo do Conto "A boneca de bolso. Vasalisa, a sabida" extraído do livro "As Mulheres que correm com os lobos", um dos livros mais profundos que já li a respeito da psicologia feminina. Escrito por uma psicólogia junguiana - Clarissa Pinkola Estés, o livro busca o resgate do arquétipo da Mulher Selvagem, tão fundamental, mas ao mesmo tempo tão abafado na psique da mulher moderna. Recomendo a leitura do livro inteiro, pois trata-se de um livro-terapia capaz de provocar grandes transformações na vida de uma mulher.


"Era uma vez, e não era uma vez, uma jovem mãe que jazia no seu leito de morte, com o rosto pálido como as rosas brancas de cera na sacristia da igreja dali de perto. Sua filhinha e seu marido estavam sentados aos pés da sua velha cama de madeira e oravam para que Deus a conduzisse em segurança até o outro mundo. A mãe moribunda chamou Vasalisa, e a criança de botas vermelhas e avental branco ajoelhou-se ao lado da mãe.
- Essa boneca é para você, meu amor - sussurrou a mãe, e da coberta felpuda ela tirou uma bonequinha minúscula que, como a própria Vasalina, usava botas vermelhas, a vental branco, saia preta e colete todo bordado com linha colorida.
- Estas são as minhas últimas palavras querida - disse a mãe. - Se você se perder ou precisar de ajuda, pergunte a boneca o que fazer. Você receberá ajuda. Guarde sempre a boneca. Não fale a ninguém sobre ela. Dê-lhe de comer quando ela estiver com fome. Essa é a minha promessa de mãe para você, minha benção querida.
- E, com essas palavras, a respiração da mãe mergulhou nas profundezas do seu corpo, onde recolheu sua alma, e saiu correndo pelos lábios; e a mãe morreu.
A criança e o pai choraram sua morte muito tempo. No entanto, como o campo arrasado pela guerra, a vida do pai voltou a verdejar por entre os sulcos e ele desposou uma viúva com duas filhas. Embora a nova madrasta e suas filhas fossem gentis e sorrissem como damas, havia algo de corrosivo por trás dos sorrisos que o pai de Vasalisa não percebia.
Realmemente, quando as três estavam sozinhas com Vasalisa, elas a atormentavam, forçavam-na a lhes servir de criada, mandavam-na cortar lenha para que sua pele delicada se ferisse. Elas a detestavam porque Vasalisa tinha uma doçura que não parecia deste mundo. Ela era também muito bonita. Seus seios eram fartos, enquanto os delas definhavam de maldade. Ela era solícita e não se queixava, enquanto a madrasta e as duas filhas eram, entre si mesmas, como ratos no monte de lixo à noite.
Um dia a madrasta e suas filhas simplesmente não conseguiam aguentar Vasalisa.- Vamos... combinar de deixar o fogo se apagar e, então, vamos mandar Vasalisa entrar na floresta para ir pedir fogo para nossa lareira a Baba Yaga, a bruxa. E, quando ela chegar até Baba Yaga, bem, a velha irá matá-la e comê-la.
As três bateram palmas e guincharam como animais que vivem na escuridão.
Por isso, naquela noite, quando Vasalisa voltou para casa depois de catar lenha a casa estava completamente às escuras. Ela ficou muito preocupada e falou com a madrasta.
- O que aconteceu? Como vamos fazer para cozinhar? O que vamos fazer para oluminar as trevas?
- Sua imbecil - reclamou a madrasta. É claro que não temos fogo. E eu não posso sair para o bosque devido à minha idade. Minhas filhas não podem ir porque têm medo. Você é a única que tem condições de sair floresta adentro para encontrar Baba Yaga e conseguir dela uma brasa para acender nosso fogo de novo.
- Ora, está bem - respondeu Vasalisa inocente. - É o que vou fazer. - E foi mesmo. A floresta ia ficando cada vez mais escura, e os gravetos estalavam sob seus pés, deixando-a assustada. Ela enfiou a mão bem fundo no bolso do avental, e ali estava a boneca que a mãe ao morrer lhe havia dado.
- Só de tocar nessa boneca, já me sinto melhor - disse Vasalisa, acariciando a boneca no bolso.
A cada bifurcação da estrada, vasalisa enfiava a mão no bolso e consultava a boneca. "Bem, eu devo ia para a esquerda ou para a direita?" A boneca respondia "Sim", "Não", "Para esse lado" ou "Para aquele lado". E Vasalisa dava à boneca um pouco de pão enquanto ia caminhando, seguindo o que sentia estar emanando da boneca.
De repente, um homem de branco num cavalo branco passou galopando, e o dia nasceu. Mais adiante, um homem de vermelho passou montado num cavalo vermelho, e o sol apareceu. Vasalisa caminhou e caminhou e, bem na hora em que estava chegando ao casebre de Baba Yaga, um cavaleiro vestido de negro passou trotando e entrou no casebre. Imediatamente fez-se noite. A cerca feita de caveiras e ossos ao redor da choupada começou a refulgir com um fogo interno de tal forma que a floresta ficou iluminada com a luz espectral.
Ora, Baba Yaga era uma criatura muito terrível. Ela viajava, não num coche, nem numa carruagem, mas num caldeirão com o formato de um gral que voava sozinho. Ela remava esse veículo com um remo que parecia um pilão e o tempo todo varria o rastro por onde passava com uma vassoura feita do cabelo de alguém morto há muito tempo.E o caldeirão veio voando pelo céu, com o próprio cabelo sebento de Baba Yaga na esteira. Seu queixo comprido era curvado para cima e seu longo nariz era curvado para baixo, de modo que os dois se encontravam a meio caminho. Baba Yaga tinha um ínfimo cavanhaque branco e verrugas na pele adquiridas de seus contatos com sapos. Suas unhas manchadas de marrom eram grossas e estriadas como telhados, e tão compridas e recurvas que ela não conseguia fechar a mão.
Ainda mais estranha era a casa de Baba Yaga. Ela ficava em cima de enormes pernas de galinha, amarelas e escamosas, e andava de um lado para o outro sozinha. Ela às vezes girava como uma bailarina em transe. As cavilhas nas portas e janelas eram feitas de dedos humanos, das mãos e dos pés, e a tranca da porta da frente era um focinho com muitos dentes pontiagudos.
Vasalisa consultou a boneca. "É essa a casa que procurávamos?" E a boneca, a seu modo, respondeu: "É, é essa a que procurávamos." E antes que ela pudesse dar mais um passo, Baba Yaga no seu caldeirão desceu sobre Vasalisa, aos gritos.
- O que você quer?
- Vovó, vim apanhar fogo - respondeu a menina, estremecendo.
- Está frio na minha casa... o meu pessoal vai morrer... preciso de fogo.
- Ah, sssssei - retrucou Baba Yaga, rabugenta. Conheço você e o seu pessoal. Bem, criança inútil... você deixou o fogo se apagar. O que é muita imprudência. Além do mais, o que faz pensar que eu lhe daria uma chama?
- Porque eu estou pedindo - respondeu rápido Vasalisa depois de consultar a boneca.
- Você tem sorte - ronrolnou Baba Yaga - Essa é a resposta certa.
E Vasalisa se sentiu com muita sorte por ter acertado a resposta. Baba Yaga, porém, a ameaçou.- Não há a menor possibilidade de eu lhe dar o fogo antes de você fazer algum trabalho para mim. Se você realizar essas tarefas para mim, receberá o fogo. Se não...
- E nesse ponto Vasalisa viu que os olhos de Baba Yaga de repente se transformavam em brasas. - Se não, minha filha, você morrerá.
E assim Baba Yaga entrou pesadamente no casebre, deitou-se na cama e mandou que Vasalisa lhe trouxesse a comida que estava no forno. No forno havia comida suficiente para dez pessoas, e a Yaga comeu tudo, deixando uma pequena migalha e um dedal de sopa para Vasalisa.
- Lave minha roupa, carra a casa e o quintal, prepare minha comida, separe o milho mofado do milho bom e certifique-se que está tudo em ordem. Volto mais tarde para inspecionar seu trabalho. Se tudo não estiver pronto, você será meu banquete. E com isso Baba Yaga partiu voando no seu caldeirão com o nariz lhe servindo de bitura e o cabelo, de vela. E anoiteceu novamente.
Vasalisa voltou-se para a boneca assim que Yaga se foi.
- O que vou fazer? Vou conseguir cumprir as tarefas a tempo?
- A boneca disse que sim e recomendou que ela comesse algo e fosse dormir. Vasalisa deu algo de comer à boneca também e adormeceu.
Pela manhã, a boneca havia feito todo o trabalho, e só faltava preparar a refeição. À noite, a Yaga voltou e não encontrou nada por fazer. Satisfeita, de certo modo, mas irritada por não conseguir encontrar nenhuma falha, Baba Yaga zombou de Vasalisa.
- Você é uma menina de sorte.
Ela, então, convocou seus fiéis criados para moer o milho, e três pares de mãos apareceram em pleno ar e começaram a respar e esmagar o milho. Os resíduos pairavam no ar como uma neve dourada. Finalmente o serviço terminou, e Baba Yaga se sentou para comer. Comeu horas a fio e deu ordens a Vasalisa que lavasse a roupa.
- Naquele monte de estrume - disse a Yaga, apontando para um enorme monte de estrume no quintal - há muitas sementes de papoula, milhões de sementes de papoula. Amanhã quero encontrar um monte de sementes de papoula e um monte de estrume, completamente separados um do outro. Compreendeu?
- Meu Deus, como vou fazer isso? - exclamou Vasalisa, quase desmaiando.
- Não se preocupe, eu me encarrego - sussurrou a boneca, quando a menina enfiou a mão no bolso.
Naquela noite, Baba Yaga adormeceu roncando, e Vasalisa tentou... catar... as... sementes de papoula... do... meio... do... estrume.
- Durma agora - disse-lhe a boneca, depois de algum tempo. Tudo vai dar certo.
Mais uma vez, a boneca executou todas as tarefas e, quando a velha voltou, tudo estava pronto.
- Ora, ora! Que sorte a sua de conseguir acabar tudo! Disse Baba Yaga, falando sarcástica pelo nariz. Ela chamou seus criados para prensar o óleo das semantes, e novamente três pares de mãos apareceram e cumpriram a tarefa.Enquanto a Yaga estava besuntando os lábios na gordura do cozindo, Vasalisa ficou parada por perto.
- E aí, o que é que você está olhando? - prguntou Baba Yaga, de mau humor.
- Posso lhe fazer umas perguntas, vovó? - perguntou Vasalisa.
- Pergunte - ordenou a Yaga, - mas lembre-se, saber demais envelhece as pessoas antes do tempo.
Vasalisa perguntou quem era o homem de branco no cavalo branco.
- Ah - respondeu a Yaga, com carinho. Esse primeiro é o meu Dia.
- E o homem de vermelho no cavalo Vermelho?
- Ah, esse é o meu Sol Nascente.
- E o homem de negro no cavalo negro?
- Ah, sim, esse é o terceiro e ele é minha Noite.
- Entendi - disse Vasalisa.
- Vamos, vamos, minha criança. Não queres fazer mais perguntas? - sugeriu a Yaga, manhosa.
Vasalisa estava a ponto de perguntar sobre os pares de mãos que apareciam e desapareciam, mas a boneca começou a saltar dentro do bolso e, em vez disso, Vasalisa respondeu.
- Não, vovó. Como a senhora mesma diz, saber demais pode envelhecer a pessoa antes da hora.
- É - disse Yaga, inclinando a cabeça como um passarinho, você é muito ajuizada para a sua idade, menina. Como conseguiu isso?
- Foi a bênção da minha mãe - disse Vasalisa, com um sorriso.
- Bênção?! - guinchou Baba Yaga - Bênção?! Não precisamos de bênção nenhuma aqui nesta casa. É melhor você procurar seu caminho, filha.
- E foi empurrando Vasalisa para o lado de fora
- Vou lhe dizer uma coisa, menina. Olhe aqui! Baba Yaga tirou uma caveira de olhos candentes da cerca e a enfiou numa vara.
- Pronto! Leve esta caveira na vara até sua casa. Isso! Esse é o seu fogo. Não diga mais uma palavra sequer. Só vá embora.
Vasalisa ia agradecer à Yaga, mas a bonequinha no fundo do bolso começou a saltar para cima e para baixo, e Vasalisa percebeu que devia só apanhar o fogo e ir embora. Ela voltou correndo para casa, seguindo as curvas e voltas da estrada com a boneca lhe indicando o caminho. Era noite, e Vasalisa atravessou a floresta com a caveira numa vara, com o brilho do fogo saindo pelos buracos dos ouvidos, dos olhos, do nariz e da boca. De repente, ela sentiu medo dessa luz espectral e pensou em jogá-la fora, mas a caveira falou com ela, incistindo para que se acalmasse e prosseguisse para casa da madrasta e das filhas.
Quando Vasalisa ia se aproximando da casa, a madrasta e suas filhas olharam pela janela e viram uma luz estranha que vinha dançando pela mata. Cada vez chagava mais perto. Elas não podiam imaginar o que aquilo seria. Já haviam concluído que a longa ausência de Vasalisa indicava que ela a essa altura estava morta, que seus ossos haviam sido carregados por animais, e que bom que ela favia desaparecido!
Vasalisa chegava cada vez mais perto de casa. E, quando a madrasta e suas filhas viram que era ela, correram na sua direção dizendo que estavam sem fogo desde que ela havia saído e que, por mais que tentassem acender um, ele sempre se extingua.
Vasalisa entrou na casa, sentindo-se vitoriosa por ter sobrevivido à sua perigoda jornada e por ter trazido o fogo para casa. No entando, a caveira na vara ficou observando cada movimento da madrasta e das duas filhas, queimando-as por dentro. Antes de amanhecer, ela havia reduzido a cinzas aquele trio perverso."


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"Para compreender uma estória dessas, consideramos que todos os seus componentes representam a psique de uma única mulher. Desse modo, todos os aspectos da história pertecem a uma única psique que passa por um processo de iniciação. A iniciação é representada pelo cumprimento de certas tarefas. Nesse conto, há nove tarefas a serem cumpridas pela psique. Elas se concentram na aprendizagem dos hábitos da Velha Mãe Selvagem.
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A Primeira Tarefa - Permitir a morte da mãe-boa-demais.
As tarefas psíquicas desse estágio na vida da mulher são as seguintes: aceitar o fato de que a mãe psíquica protetora, sempre vigilante, não é adequada para ser um guia para a futura vida instintiva da pessoa (a mãe-boa-demais morre). Assumir a realidade de estar só, de desenvolver a própria conscientização quanto ao perigo, às intrigas, à política. Tornar-se alerta sozinha, para seu próprio proveito; deixar morrer o que deve morrer. À medida que a mãe-boa-demais morre, a nova mulher nasce.


A Segunda Tarefa - Denunciar a natureza sombria.
Nessa parte da história, a família da madrasta má e detestável entra no mundo de Vasalisa, tornando sua vida uma desgraça. São as seguintes as tarefas desse período: aprender ainda com maior conscientização a largar a mãe excessivamente positiva. Descobrir que ser boazinha, que ser gentil e simpática não fará a vida florir. (Vasalisa torna-se escrava, masi isso de nada adianta.) Vivenciar diretamente a própria natureza sombria, especialmente os aspectos exploradores, ciumentos e rejeitadores do self (a madrasta e suas filhas). Incorporar esses aspectos. Criar o melhor relacionamento possível com as piores partes de si mesma. Deixar acumular a tensão entre quem se aprendeu a ser e quem se é realmente. Trabalhar, afinal, no sentido de deixar morrer o velho self para que nasça o novo self intuitivo."


A terceira Tarefa - Navegar nas trevas.
Nessa parte da história, o legado da mãe falecida - a boneca - orienta Vasalisa na travessia da escuridão até a casa de Baba Yaga.
São as seguintes as tarefas psíquicas desse estágio: consentir em se aventurar a penetrar no local da iniciação profunda (entrada na floresta) e começar a experimentar o sentimento numinoso novo e aparentemente perigoso de estar imersa no poder intuitivo. Aprender a desenvolver a sensibilidade ao inconsciente misterioso no que se relaciona ao direcionamento e confiar exclusivamente nos próprios sentidos interiores. Aprender o caminho de volta para casa da Mãe Selvagem (obedecendo às instruções da boneca). Aprender a nutrir a intuição (alimentar a boneca). Deixar que a mocinha frágil e ingênua morra ainda mais. Transferir o poder para a boneca, ou seja, para a intuição.


A quarta Tarefa - Encarar a Megera Selvagem.Nessa parte da história, Vasalisa encontra a Megera Selvagem pessoalmente. As tarefas desse encontro são as seguintes: ser capaz de suportar o rosto apavorante da Deusa Selvagem sem hesitar (topar com Baba Yaga). Familiarizar-se com o mistério, a estranheza, a 'alteridade' do selvagem (residir na casa de Baba Yaga por algum tempo). Adotar nas nossas vidas alguns dos seus valores, tornando-nos, portanto, também um pouco estranhas (comer seus alimentos). Aprender a encarar um poder enorme nos outros e subsequentemente nosso próprio poder. Permitir que a criança frágil e boazinha em excesso vá definhando ainda mais.


A quinta Tarefa - Servir o não-racional.
Nessa parte da história, Vasalisa pediu o fogo a Baba Yaga, e Yaga concorda se Vasalisa fizer, em troca, alguns serviços domésticos para ela. As tarefas psíquicas desse período de aprendizado são as seguintes: ficar com a Deusa Megera; aclimatar-se às imensas forças selvagens da psique feminina. Chegar a reconhecer o poder dela (o seu poder) e os poderes das purificações interiores; limpar, escolher, alimentar, criar energia e idéias (lavar as roupas da Yaga, cozinhar para ela, limpar sua casa e separar os alimentos).


A sexta Tarefa - Separar isso daquilo.Nessa parte da história, Baba Yaga exige de Vasalisa duas tarefas muito difíceis. As tarefas psíquicas da mulher são as seguintes: aprender a discriminar meticulosamente, a separar as coisas umas das outras com o melhor discernimento, aprender a fazer distinções sutis (ao escolher o milho mofado do milho são e ao selecionar as sementes de papoula de um monte de estrume). Observar o poder do inconsciente e como ele funciona mesmo quando o ego não está familiarizado (os pares de mãos que aparecem no ar). Aprender mais sobre a vida (o milho) e a morte (as sementes de papoula).


A sétima Tarefa - Perguntar sobre os mistérios.
Depois de completar com sucesso as suas tarefas, Vasalisa faz algumas perguntas à Yaga. As perguntas deste estágio são as seguintes: Perguntar e tentar aprender mais a respeito da natureza da vida-morte-vida e de seu funcionamento (Vasalisa pergunta sobre os cavaleiros). Aprender a verdade acerca da capacidade de compreender todos os elementos da natureza selvagem ('saber demais pode envelhecer a pessoa antes do tempo').


A oitava Tarefa - De pé nas quatro patas.Baba Yaga sente repulsa pela bênção da mãe falecida e dá a Vasalisa a luz - uma caveira incandescente numa vara - dizendo-lhe que se vá. As tarefas desta parte da história são as seguintes: assumir um poder imenso de ver e afetar os outros (o recebimento da caveira). Ver as situações da própria vida com essa nova luz (descobrir o caminho de volta à família da madrasta).


A nona Tarefa - Reformular a sombra.Vasalisa volta para casa com a caveira incandescente na vara. Ela quase a joga fora, mas a caveira a tranquiliza. Uma vez de volta a casa, a caveira observa a madrasta e suas filhas, queimando-as até reduzi-la a cinzas. Vasalisa tem uma vida longa e feliz daí em diante.


São as seguintes as tarefas desse estágio: usar a própria visão aguçada (os olhos incandescentes) para reconhecer a sombra negativa da nossa prórpia psique e/ou os aspectos negativos das pessoas e acontecimentos do mundo exterior bem como para reagir a eles. Reformular as sombras negativas da própria psique com o fogo-da-megera (a perversa família da madrasta, que anteriormente torturava Vasalisa, é reduzida a cinzas)."

5 comentários:

  1. Nossa Kátia, muito profundo isso, que lindo! Vou procurar ler o livro, sim, acho que vai ser muito bom!

    Uma segunda iluminada!

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  2. Olá Paula,
    Obrigada pela visita.
    Sim, é muito profundo mesmo. O livro tem muito mais, super recomendo você comprá-lo. Ele é o meu livro de cabeceira, por alguns anos já. Às vezes demoro para encerrar um capítulo, pois junto a leitura vou fazendo as transformações necessárias em mim. É uma terapia daquelas.
    Um grande abraço e uma semana bem iluminada e inspirada pra ti.

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  3. Vasalisa é realmente um conto de grande ensinamento.
    Mulheres que correm com os lobos é um dos melhores livros que li também. mas tudo que voce escreve aqui me ensinou muito mais.
    Gostei de tudo aqui.
    bjs
    Teca

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  4. Eu to lendo esse livro e estou adorando! Muito bom mesmo... Me inspirou a escrever o poema abaixo!
    Parabens pelo Blogue! Muito legal

    Os Namorados (Páris e Helena)



    Sou um homem, que tem uma águia...
    e como minh´alma, passeia no espaço
    em busca de vento que lhe sustentem
    o vôo, e o peso de ser tão leve...
    Em busca de um braço, que derreta a neve...

    Eu sou aquele que está cansado, e ainda avança...
    Sou quem abriga o pastor do Cáucaso...
    Gengis Kan é um antigo amigo,
    Com ele entorno meu vinho na taberna
    Absorvo seus conselhos

    Eu desejo a mulher que me deseje livre
    Que cavalgue o terreno acidentado de meu pasto
    E adentre cada fresta da floresta
    e beije as árvores na caverna.
    Mas nunca com lanternas...
    Apenas na luz da lua, ou das velas

    Eu desejo a mulher que tem defeitos...
    A mulher que traga muitas mulheres por dentro
    Eu desejo a mulher com muitas vidas, e veias... varizes
    A mulher que traga sementes nas artérias
    E que nos semeemos...
    Eu respiro pela mulher que chora...
    A que entoa canções belas e lamentos...
    E respeito sua historia...

    Lanço versos em seu rastro
    Deixo pistas...
    Pétalas...
    Lágrimas...
    Armadilhas...
    Porque sei que ela é selvagem...
    E precisa de um braço para pousar
    de seu vôo solitário de águia renovada

    Escrevo livros para que leias...
    Esse poema
    Confuso... atrapalhado...

    Sei que entendes os sinais...
    Nao preciso ser perfeito
    E agradeço

    Espalho meu cheiro e
    meu ouro em seu travesseiro

    Mares atravesso...
    Contorno continentes...
    Oceanos...
    Navego ainda cego pelo brilho
    do farol que pulsa naquela ilha
    longínqua

    Me aproximo, ... tocando a flauta antiga
    Ou o violino!

    Vejo em seus olhos... ela esta ferida...
    Um espinho
    no Arco-Íris!

    Da-me a pata, loba líder da matilha
    Alimento seus filhotes
    Minha carne em pedaços te conforta

    Me devore feiticeira
    Ai dentro estarei mais protegido,
    Eu seu seio!

    O Asteróide B612 vazio deseja de igual e intensa maneira
    Aquela rosa abandonada e vaidosa...
    O seu príncipe...
    Abre-me os braços, a ilha desconhecida portuguesa...
    É meu espelho...
    Aqui deito minha bandeira,
    Ergo o estandarte colorido...
    Golpeio meu tambor dentro do peito
    Galopeio!

    Cavalguemos, cavalguemos...
    Lado a lado... Codo a Codo
    De mãos dadas, enlaçados...

    O planeta povoado...

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  5. Que belo poema Marcelo! Amei, obrigada por compartilhar. Um grande abraço, muita luz.

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