sexta-feira, 12 de junho de 2009

Tarô - Espelho da Alma

Assim como usamos um espelho para observar nosso exterior, podemos usar as imagens do Tarô para nos aproximarmos de nossa realidade interior. As imagens do Tarô são um espelho das imagens que temos na alma.
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Um espelho reflete a realidade visível sem a julgar. Mostra o bonito e o feio, o agradável e o desegradável. Não se pode fazer outra coisa. Podemos deixá-lo de lado ou estilhaçá-lo, se não gostarmos do que reflete – com isso, porém, não mudamos nossa aparência. As imagens do Tarô representam condições espirituais. O uso das cartas permite ver a realidade interior a partir de novas perspectivas. As imagens não são nem “positivas” nem “negativas”, nem “a favor” nem “contra” ninguém. Simplesmente oferecem sinais e pistas.
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Muitas pessoas têm medo de se confrontar com a própria realidade interior: poderiam descobrir aspectos feios ou desagradáveis de si mesmas. Afirmam que se conhecem e muitas vezes acreditam mesmo nisso. Gastam enorme energia numa fachada ilusória. Quanto mais ilusória é a fachada, mais desesperada é a defesa e maior o medo.
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Paradoxalmente, só aprendemos a nos amar e aceitar quando paramos de tentar esconder nossa realidade interior e de nos esconder dela. Só podemos partilhar com os outros aquelas partes de nós que já descobrimos e aceitamos, e só podemos mudar aqueles nossos aspectos desagradáveis que já examinamos por inteiro e reconhecemos como devendo ser mudados. A descoberta de si às vezes pode ser arriscada. A conquista de novas perspectivas pode transtornar velhos hábitos e atitudes e abalar sistemas de crença em sua própria base (…).
Esse é, contudo, um passo essencial em qualquer processo de transformação. As “recompensas” por esse processo de limpeza interior são grandes. A cada vez que desnudamos uma ilusão e abrimos mão dela, damos mais um passo na direção de nosso eu verdadeiro, ilimitado e duradouro.
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O que é destruido nunca tivera raízes em nosso verdadeiro ser. É abandonando que podemos chegar, internamente, àquele lugar sereno em que a serenidade e nós mesmos nos confundimos – chegamos a casa e a casa e nós mesmos somos uma só coisa.
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Tarô significa, acima de tudo, subjetividade e intensa receptividade ao toque. As imagens do Tarô, como espelhos de nossos impulsos inconscientes, os desvendam e os tornam disponíveis à nossa mente consciente. À medida que aprendemos a interpretar as mensagens das cartas – como poderiamos interpretar um sonho confuso, tornamo-nos capazes de descobrir novos reinos interiores e de ter um vislumbre dos mistérios do Universo em sua ordem cósmica todo-abrangente.

Trecho do livro: Tarô, Espelho da Alma - de Gerd Ziegler
Imagem: Arcano XXI - O Mundo - do Tarô de Toth, de Aleister Crowley

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