terça-feira, 4 de novembro de 2008

O Espírito da Intimidade

Uma amiga do Rio de Janeiro, a Tânia Althea, me passou uma dica de leitura que chamou minha atenção. Ainda não li, mas realmente parece uma leitura muito especial e de teor profundo. Uma história real que envolve espiritualidade, amor e ancestralidade. Obrigada Tânia pela dica!
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Abaixo uma sinopse do livro:

Sobonfu Somé é uma mulher africana. Seu nome significa "A Mantenedora do Ritual". Ela nasceu e foi criada em Burkina Faso, na África Ocidental. Além disso, Sobonfu é membro iniciado da Tribo Dagara. Isso significa que foi ensinada pelos anciãos, que participou do ritual de iniciação tribal das mulheres e que passou pelos anos de orientação que seguem essa iniciação. Hoje Sobunfu e seu marido, Malidoma Somé, ensinam a ancestral sabedoria da sua tribo ao redor do mundo. Essa sabedoria inclui um item que costuma sempre interessar aos ocidentais: uma visão da intimidade. Mas a concepção de casamentos e relacionamentos que emerge de O Espírito da Intimidade, primeiro livro de Sobonfu Somé editado no Brasil, agora lançado pela Odysseus Editora, é completamente diversa do que poderia se esperar. Na verdade, a palavra chave do título não é "intimidade", mas "espírito". Para a sabedoria de muitas gerações da Nação Dagara, que Sobonfu expressa, as relações não podem ser nada sem a intervenção do espírito. Por isso o livro surpreende as mentes ocidentais. Primeiro, porque na tradição oral de Sobonfu, baseada na arte de conversar e contar histórias, as idéias nem sempre são lineares ou construídas na direção da conclusão. É um texto que não tem teorias a provar, nada a vender, nem ninguém para impressionar. Não satisfaz o viciado em informação. O conteúdo é novo e provocante, mas não pode ser absorvido como dados para estatísticas e estratégias. Pois existe uma palavra em Dagara cuja tradução é "a coisa que o conhecimento não pode comer". Como boa parte do que Sobonfu compartilha escapa da mente lógica, não se torna mais um bem de consumo. Suas visões só podem ser absorvidas por intuição. Ela é a primeira a dizer que sua conversa não está sistematizada: "várias imagens vêm e vão, como pequenas estrelas. O que é importante, porém, é ver nossa compreensão da intimidade como uma prática autorizada pelo espírito e executada por alguém que reconhece que não pode, por si própria, fazer acontecer aquilo a que foi convidada". Nesse mesmo tom de modéstia, Sobonfu não tenta corrigir os equívocos dos relacionamentos e ignora a moderna obsessão por "mudanças" de comportamento. Suas noções de intimidade e sexualidade são também opostas às opiniões vigentes. Enquanto a crença na primazia do indivíduo gera relacionamentos "privatizados", exclusivos e separados da comunidade, na visão do povo de Sobonfu a idéia de um relacionamento fora do contexto da aldeia e do sagrado é absurda e muito perigosa. Nessa perspectiva, a intimidade não é concebida como um meio para a conquista da felicidade pessoal, mas como forma de cumprir o propósito de vida de cada pessoa, de enriquecer a comunidade e expressar o espírito. Idéias quase heréticas num mundo onde a noção de "direitos" e de "busca da felicidade" impera. Mas no que toca à intimidade, a maioria dos adultos do Ocidente, pelos parâmetros de Sobonfu, encontra-se na adolescência e as visões de sua antiga sabedoria podem, talvez, ajudar essas "crianças crescidas" a dar o próximo passo. Essa pelo menos é a opinião de ilustres admiradores da sua obra, como o poeta americano Robert Bly, ou a autora do best-seller mundial "Mulheres que Correm com os Lobos", Clarissa Pinkola Estés. O Espírito da Intimidade afirma em suma que as questões do coração são iniciadas pelo espírito, que é a fonte para a qual a atenção deve se voltar para obter saúde e bem estar nos relacionamentos. O livro oferece assim uma perspectiva que ajuda a restaurar o contexto sagrado das relações. Ele convida a uma postura adulta - com os parceiros, as comunidades e o espírito - e desafia cada leitor a ser cada vez mais fiel a si mesmo.


Fonte: Editora Odysseus

Quem quiser conhecer o lindo trabalho desenvolvido pela Tânia com o Sagrado Feminino, Tantra, Meditação e outros, segue o link do site: http://www.jornadatantrica.blogspot.com/
Vale a pena conferir.

2 comentários:

  1. Oi Kaká,

    Estou lendo este livro e me fez sentir saudades de algo que não tive, uma comunidade como familia. Não é à toa que ficamos enlouquecidos no dia a dia, tentando resolver sozinhos todos os problemas do mundo! Simples e delicada, a autora nos mostra sua cultura. Será que a gente consegue aplicar um pouquinho desses ensinamentos? Eu acho que sim :)

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  2. Rose,
    Você tem toda razão, nós que moramos em grandes metrópoles não temos idéia do que é ter uma comunidade como família, infelizmente. Acho super válido tentarmos aplicar um pouco destes ensinamentos sim, pois como dizia Gandhi - Nós devemos SER a mudança que queremos ver no mundo.
    É um trabalho de formiguinha, com ações diárias e doses de muito amor para que possamos tecer novos caminhos que nos tragam mais união, compaixão e paz.

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