sábado, 2 de agosto de 2008

Nossas máscaras


QUEM SOU EU?

Acho que passamos quase a vida inteira nos fazendo esta simples pergunta, não é mesmo?
E acho incrível que tem gente que passa pela vida se escondendo atrás de suas máscaras sem ao menos procurar enxergar o verdadeiro SER que está ali encoberto através de tantos disfarces. Claro que nós usamos máscaras para nos esconder e nos proteger do mundo, para que as pessoas nos aceitem e gostem de nós. E em até certo ponto isto é saudável e necessário.

Carl Jung usava o termo Persona, do latim, para designar justamente como desempenhamos nossos papéis na sociedade, pretendendo ser o que os outros esperam que sejamos. Persona era o nome da máscara que os atores do teatro grego usavam. Sua função era tanto dar ao ator a aparência que o papel exigia, quanto amplificar sua voz, permitindo que fosse bem ouvida pelos espectadores. A palavra é derivada do verbo personare, ou "soar através de".

É claro que nós desempenhamos muitos papéis ao longo de nossas vidas. Eu mesma sou mulher, filha, amiga, terapeuta, etc. Mas o que tudo isso oculta e o que revela sobre nós? Só mesmo o trabalho de autoconhecimento poderá um dia responder.

A psicoteria é capaz de aguçar o Ego para que se conscientiza de seus disfarces para que seja possível vislumbrar sua natureza mais profunda. No processo de individuação nossas máscaras vão sendo gradativamente experimentadas, assimiladas, reconhecidas e finalmente retiradas; até que a última das personas seja compreendida pelo ego, este se depara com sua face natural e despida, antes oculta.

As máscaras ocultam a nossa SOMBRA, e é exatamente aí que encontra-se a possibilidade de comunhão dos nossos pólos opostos, que os alquimistas representavam pelo casamento entre Sol e Lua (Anima e Animus), a chance do ser humano conhecer-se por inteiro. E cada máscara representa uma face de Deus a ser reconhecida em prol da nossa evolução.

Em seus estudos sobre a alquimia, Jung identificou a meta da individuação como sendo equivalente à "Grande Obra" ("Opus Magna") dos Alquimistas. Aparentemente, o trabalho de laboratório dos alquimistas na busca pela pedra filosofal era, na verdade, uma metáfora para um trabalho espiritual. Neste sentido, a transmutação dos metais inferiores em ouro seria a transformação de si próprio de um estado inferior para um estado espiritual superior.

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