A serpente com cabeça de dragão que devora a própria cauda é um simbolo utilizado pelos alquimistas há mais de 3000 anos, e que regularmente retorna à nossa consciência coletiva pelas mais diversas formas. É normalmente visto como um simbolo do infinito, do eterno retorno, da descida do espírito ao mundo físico e o seu regresso ao mundo espiritual. Por vezes a serpente é metade branca e metade negra, sendo dessa forma utilizada como representação do Yin/Yang, e com ele do dia e da noite, e do masculino e feminino.
Pode ser interpretada também como o nosso eterno processo de construção, destruição e reconstrução, a vida-morte-vida, tão importantes para a nossa evolução.
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No ciclo eterno das mudáveis coisas
No ciclo eterno das mudáveis coisas
Novo inverno após novo outono volve
À diferente terra
Com a mesma maneira.
Porém a mim nem me acha diferente
Nem diferente deixa-me, fechado
Na clausura maligna
Da índole indecisa.
Presa da pálida fatalidade
De não mudar-me, me infiel renovo
Aos propósitos mudos
Morituros e infindos.
(Ricardo Reis)
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